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saúde mental no brasil.

A discussão sobre saúde mental no Brasil vive um momento paradoxal. Nunca se falou tanto sobre o tema, que ganhou espaço na mídia, nas redes sociais e no cotidiano das pessoas. No entanto, esse avanço na conscientização esbarra em uma realidade dura e complexa: o sistema de cuidado mental brasileiro ainda é frágil, desigual e insuficiente para atender à demanda crescente da população.

O Brasil é consistentemente rankeado como um dos países mais ansiosos e depressivos do mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), antes mesmo da pandemia, a prevalência de depressão no país era de 5,8% da população, e a de ansiedade, 9,3%. A Covid-19 atuou como um catalisador, exacerbando sentimentos de solidão, medo, luto e incerteza, levando a um aumento significativo na busca por ajuda.

 

Essa carga não é distribuída igualmente. Ela recai com mais força sobre populações vulneráveis. A pobreza, o desemprego, a violência urbana e a falta de perspectivas são fatores de risco potentes para o adoecimento mental. A pressão constante por sobrevivência em um contexto de alta desigualdade social cria um terreno fértil para o estresse crônico, a ansiedade e a depressão.

A situação da saúde mental no Brasil é um reflexo de suas contradições sociais. Houve uma evolução legislativa e conceitual admirável, mas a prática ainda está muito aquém do ideal. Falar sobre o tema foi o primeiro e crucial passo. Agora, o desafio é transformar essa fala em ação concreta, garantindo que o direito à saúde mental, previsto na Constituição, seja uma realidade para todos os brasileiros, e não um privilégio para poucos. O cuidado com a mente precisa ser tratado não como um luxo, mas como uma política pública de Estado, essencial para o bem-estar da nação.

NOSSA MENTE é uma iniciativa que pretende dialogar amplamente com a sociedade a respeito do tema, sempre como um disparador de reflexões e um mediador de conteúdos e conhecimentos consolidados sobre o assunto. 

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